Recentemente dei uma entrevista ao nosso site parceiro, Backstage, e em uma das perguntas fui questionado a cerca da fase atual do cinema, assunto que não por acaso sou sempre muito cobrado a refletir e dar a minha opinião por parte dos integrantes da nossa comunidade. Digo isso porque é fácil compreender o receio de todos em ter uma parcela de responsabilidade pela má fase de um período do cinema, que não é o caso, vivemos uma ascensão muito promissora, só que tendo em mente situações passadas muito parecidas faz com que a pergunta "o que você acha da recuperação do cinema atualmente?" quase soe como "o que temos que fazer para não falhar mais uma vez?".
Não há resposta para isso, afinal não há culpados nas quedas que o cinema já sofreu. O que há são eventualidades que não são possíveis prevenir, apenas remediar. Por mais que todos se esforcem em fazer boas produções e melhorar seu próprio trabalho evoluindo suas técnicas, etc. Ainda assim estivemos sempre a mercê dessas eventualidades acentuadas com o fato de não ter apoio de ninguém para produzir e exibir nossas obras.
Fato que pode estar perto de ser derrubado. A produção de vídeos habbianos nunca esteve em tamanha evidência como agora, todos sabemos sobre o projeto da gerência intitulado "Os Video-Artistas Oficiais", que mesmo não dando a devida importância a nossa comunidade diretamente, ainda assim reconhece que os jogadores de Habbo Hotel podem e fazem conteúdo de qualidade usando o jogo como base.
Consequentemente a isso e independente da conquista ou não do merecido reconhecimento, o cinema vive uma fase completamente diferente de tudo pelo que já passou. O público está mais sedento por vídeos, os diretores estão mais empenhados, novos nomes surgem mês a mês, produtoras se lançam no mercado tentando abocanhar esse ressurgimento que com todas essas peculiaridades do momento eu gosto de chamar de "Cinema Novo".
O termo tem o seu significado abstrato além do óbvio: é um novo cinema porque vem com uma proposta de gêneros, métodos de produção, tratamento dos diretores, etc. diferente daqueles de antes. Ok. Isso é evidente. Mas o Novo também remete a um contexto que nem sempre o cinema, fechado como sempre foi, se permitiu a participar. A busca de um reconhecimento pelo trabalho que fazemos é antes de mais nada uma aceitação da própria comunidade da importância que as nossas obras exercem dentro do jogo, seja como representação artística, crítica ou de entretenimento. Pela primeira vez todos nós nos levamos a sério como realizadores audiovisuais.
E a passos tímidos, o cinema procura aos poucos, depois de anos do fim da Era de Ouro, se experimentar novamente. Fabio com a continuação de Xeque-Mate provou que não é saudável se manter preso aos receios e que é necessário se arriscar para descobrir novas possibilidades. E isso é perceptível no comportamento de todos no cinema que não estão presos a nenhuma ilusória fórmula de sucesso, apenas na vontade de encontrar seus pontos fortes, seu público, seu espaço. A nova fase do cinema é promissora e cheio de possibilidades e oportunidades podendo ser considerada daqui a um tempo a nova Era de Ouro que tanto prezamos e amamos. Bem vindos ao Cinema Novo.
.Carioca
Editor-Chefe

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