CRÍTICA | A Dama da Noite

Trilha sonora inconstante e personagens mal desenvolvidos tiram

o brilho da evolução de gatona123pixelx

A Dama da Noite

Crítica por V. Henrique de Souza

Há alguns meses atrás gatona123pixelx, ou Cat como é conhecida, estreou no cinema com o filme A Perda, muito criticado pela baixa qualidade, inclusive concorreu a todos as categorias do Framboesa de Ouro, destinado as piores produções do Habbo. Foi-se muito tempo até Cat voltar a dirigir um filme, mas será que ela se redimiu?

O filme A Dama da Noite, produzido por :Syntax e resende35 ("Visions") e distribuído pela Pixel Films, de fato demonstra a enorme evolução que a jovem diretora obteve na edição, montagem e direção de arte, porém a mesma deslizou muito em outras áreas com falhas que poderiam ser facilmente evitadas. A começar pelos planos e a fotografia: ambientes muito escuros e personagens localizadas nas partes mais escuras do cenário, fora a escolha de alguns planos que cortava a cabeça dos personagens. A direção de Cat continua sendo regular e há muito o que melhorar, principalmente na condução das cenas e dos atores, e muito mais nos movimentos de câmera À La kiko@bom que muitas vezes eram desnecessários e traziam significados diferentes daqueles que a história está passando.

Além disso outro grande problema é o roteiro. Muitos personagens com pouca história, parece que eles são introduzidos um a um apenas para dar continuidade ao enredo, sem oferecer peso dramático, e mesmo quando isso vai se reverter a diretora não explora bem a situação usando diálogos fracos e mal encaixados. De certa forma o filme caminha com duas histórias paralelas, e enquanto uma é previsível a outra é muito robótica e sem emoção. Engraçado que mesmo aparentando ser inúmeros problemas e furos de roteiro, na verdade podem ser facilmente corrigidos, afinal não é uma história ruim, apenas não se explorou nada de bom do que ela oferece.

Se a direção e a fotografia não foram satisfatórias, a sonoplastia não chegou nem perto, e não pela escolha das trilhas, mas pela falta de identidade sonora e uma péssima mixagem. Respectivamente, não é possível lembrar do filme por nenhuma de suas músicas, primeiro que são muitas causando uma "inconstância sonora", onde nos é enfiado aos ouvidos várias músicas que mal agregam um algo a mais ao enredo; e segundo que nenhuma causa identificação com a cena ou algum personagem ainda mais reutilizando trilhas que outros diretores usaram. A edição e mixagem das músicas também deixou muito a desejar, muito deve-se ao fato de que havia muitas para encaixar em tão pouco tempo, além disso a montagem do filme intercalava dois segmentos diferentes da história e não dava o tempo de se estabelecer uma relação entre a trilha e a cena.

Entre erros e acertos, Cat tem um caminho longo, porém com muitos avisos para auxiliá-la, não é tarefa difícil transformar A Dama da Noite em uma franquia de muita qualidade, mas vai depender da diretora o quanto ela ainda está disposta a aprender e evoluir para alcançar o nível dos grandes diretores e não apenas fazer um filme mediano com pouco a se reaproveitar.

6 Estrelas - Bom