HABBO | Crítica: Le Secret - Parte 3


Um filme em forma de música.

Le Secret - Parte 3
Crítica por V. Henrique de Souza


Pensar em um filme musical habbiano chega a ser insano, mas não para Francisco Fernandes (kiko@bom) diretor e roteirista - e por que não, compositor - da franquia Le Secret que chega agora a sua terceira e encantadora parte. 

Se no cinema de pixel aprendemos a escolher a trilha sonora pela história que contamos, kiko quebra esse padrão e desenvolve a história pela trilha sonora que ele escolhe. Sendo assim ele conseguiu o impossível até então: um filme musical habbiano. Se a genialidade de trazer um novo gênero para o nosso cinema não fosse o bastante, o diretor ainda nos emociona com uma história muito boa e uma fotografia de dar inveja.

Assim como as estrofes e versos de uma música, Le Secret também possui suas rimas e refrões que ecoam por todos os filmes e não se prendem a uma única parte. Muitas cenas se relacionam entre si formando um conjunto de versos ligados pela trilha sonora que nos envolvem numa história trágica do passado ou numa busca a um fugitivo prisioneiro, formando as mais belas estrofes até chegar no refrão que enfatiza a dor dos personagens na busca do que desejam ou procuram. 

Nenhuma cena é colocada aleatoriamente na montagem do filme que tem um timing perfeito para que o público consiga fazer as inúmeras relações sem mesmo perceber isso, como é o caso de na parte 2 Hélène cantar "I dreamed a dream" e no final da parte 3 dizer que morreu o sonho que ela sonhou. Apesar de parecer bobeira, na verdade é algo que poucos roteiristas conseguem fazer, e ainda não se tinha visto isso tão bem feito no cinema habbiano.

Para completar a excelente estrutura presente no roteiro e direção, kiko nos da uma lição de fotografia e direção de arte. É impecável e impressionante o trabalho que foi feito na confecção dos cenários e ainda a iluminação, planos e principalmente a marca característica de kiko, filmar os personagens de costas, que dessa vez deu muito mais importância para os cenários do que jamais ele havia feito.

Kiko venceu todas as premiações de melhor diretor deste ano até hoje, mas demonstra que suas qualidades vão além da capacidade de dirigir uma cena como ninguém. A sensibilidade para escolher uma trilha sonora, um plano, paleta de cores e afins é algo que só ele consegue fazer com tanta perícia. A história de Le Secret é bela e bem estruturada assim como a carreira de kiko vem sendo.

10 Estrelas - Excelente

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