Festival H-Cine | Crítica: The Institute for Drunks (O Instituto para Alcoólicos)


Merida- trás algo semelhante aos seus trabalhos antecessores que faz nada mais do que apostar no que, infelizmente para o diretor, já foi apostado.

The Institute for Drunks (O Instituto para Alcoólicos)
Crítica por Francisco Fernandes

Pela segunda vez Merida- concorre com outra produção ao festival já arrecadando dois episódios de duas franquias na luta por vencer algo mas não evolui nada mais com o seu novo longa. Não é algo visual afinal a parte visual é satisfatória mas o formato que, consecutivamente o diretor apresenta, não é o formato correto para um festival.
Merida- já tentou com outra  produção no Festival que à semelhança dessa nova é o começo evidente e sóbrio de uma franquia. Fica bem explícito, até pelo uso do suspense decorrente, que poderemos ver outro episódio de The Institute for Drunks (O Instituto para Alcoólicos). Não que seja um problema de franquia - longe disso - mas um problema de avaliação numa competição aguçada como essa, afinal, o arco de história está dividido e não permite uma concordância exata sobre a história porque ela nem tanto assim é apresentada. 


Temos a simples história de uma alcoólica, Margarete, que é nesse episódio apresentada apenas pela inserção do nome na legenda; lamentável. Estando colocada num instituto para alcoólicos a personagem passa o episódio a recordar o seu passado, que à semelhança dela, embriagado. Embriagado porque fica pouco lúcido e pouco explicado. Apenas sabemos que, na história do vício, basta dizer que bebeu. Repare, uma protagonista rockeira com um amigo rockeiro, num bar ao som do satírico Axl Rose. Margarete bebe pela primeira vez álcool e pronto; o ritual está feito. Mas infelizmente o diretor esfrega o que já tinha concluído, corta a cena e deixa por ali. Não há o envolvimento da trama ou do sofrimento que esses tipos de dependência podem trazer, apenas, um cuidado especial para que o espetador entenda que ela cometeu um erro e que está pagando por isso. Mas não é bem assim; Merida- podia ter mostrado realmente o que a levou até ali mas preferiu deixar o público criar na sua mente o paradoxo mal explicado mesmo que resultasse numa catarse evidente.


A história não deixa de ser interessante devido ao fato de, no cinema habbiano, nunca se ter explorado algo assim; consciencializar é sempre necessário mas será que é o que precisamos agora? Se consciencialização é ou não o tema central não interessa, afinal, o roteiro é pouco satisfatório, porque, a certo ponto para de ser o remorso para a vingança - também mal explicada. Merida- diz olá a um novo estilo, pega nos brinquedos psicológicos de Apegavel (não, não é plágio) e tenta montar um esquema interessante sem custos - funciona, embora pouco. O roteiro é contudo muito fechado e não p'ra todo o tipo de público. Conclui-se que é, não tão furado, mas um roteiro de sequência (mas repito fechado); não espere entender a história assim tão bem porque ela ainda está só começando. A preocupação é essa, pois com certeza, os júris do Festival não contarão em esperar meses, ver a continuação para avaliar o episódio. É preciso ser esperto. 


Na parte visual, Merida- volta a reprimir o que fez antes. Boa parte visual com efeitos de luz interessantes e a fotografia bem aproveitada mesmo que não muito exuberante. Merida- sobe como colocar em pauta visualmente o que quis transparecer do papel.
As legendas são um detalhe que Merida- erra; legendas com dimensões grandes que exigem falas extensas são horríveis de se ler, principalmente, quando há cortes que fazem erros ortográficos.

Não é uma questão apenas do caminho do diretor mas do início da produtora. A Movies Pixelando tem, obrigatoriamente, de melhorar. Estamos em 2013, é solicitado até pelo público e pela crítica uma qualidade de vídeo superior do que nos é trazido. Mas Merida- não tem, felizmente, um histórico manchado. Nunca fez um filme ótimo (e esse também não é) mas também não fez nenhum péssimo, e esse é talvez o melhor de todos os já feitos.
Merida- tem de ficar de olho aberto. Ele tem ideias originais e criativas, porém, mal desenvolvidas. Como nesse filme, em que, o diretor pede piedade aos personagens, em especial à protagonista, que mais uma vez levantam o queixo e lhe sussurram ao ouvido: não.


6 Estrelas - Bom

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