-Slopper humaniza a lenda numa básica história de origem.
Bloody Mary - O Início
Crítica por Francisco Fernandes
É interessante olhar para o terror nos filmes habbianos. Além de escasso é relativamente complicado de fazer; as poucas soluções são, talvez, colocar gritos nos momentos menos esperados à la Apegavel para você tomar um susto ou criar algo mais psicológico. Era o que se esperava de Bloody Mary - O Início visto se tratar de uma famosa assombração.
Era uma tarefa difícil e -Slopper se junta a gabriellazanoi como roteirista para se estrear na Art Movies, infelizmente, não foi com o pé direito.
Com dois cortes rápidos, cada um mostrando uma situação diferente, -Slopper explica com o 1.º o passado da Bloody Mary e passa no 2.º ao suspense em si que não se demonstra um suspense forte para o que se esperava. Admitindo um romance de um casal e após descobrir traição a protagonista decide se suicidar - sem qualquer clima que a acompanhe, sejamos sinceros - e após isso vira um fantasma. Passados cem anos, jovens vão morar para a mesma casa que está então assombrada.
O roteiro não está ruim, gabriellazanoi acertou porém o próprio -Slopper não conseguiu comandar tudo o que desejaria. Embora seja um bom diretor de fotografia e de arte não soube explicar o roteiro. Preferiu dar um clima corrido ao episódio deixando algumas preocupações para trás como apresentar bem os personagens. Em vez de explicar a sua importância na trama o diretor decidiu mostrar os fatos e o que levou até aquele ponto da história esquecendo ou deixando para outra vez os seus personagens.
O erro não é completamente esse mas sim a duração do filme. Com apenas cinco minutos, a trama é resumida ao máximo para poupar tempo. Em vez de mostrar o sofrimento central de um personagem e desenvolve-lo, -Slopper mostra algo banal e com isso cria a dor sem problemas ou implicações. E isso se repete ao longo do filme, infelizmente.
Com uma à vontade natural o personagem eu se segue como principal não sente medo; é incrivelmente criada uma ligação entre ele e o espírito sem terror ou medo e acaba por terminar num suspense sem horizonte e sem mera explicação.
Como eu disse, o roteiro não é ruim, é contudo mal explicado na trama mas acompanhado de uma boa parte técnica. -Slopper tem decência do que é uma boa direção artística e coloca isso em jogo contracenando com luzes, cenários e figurinos bem interessantes cruzados com uma fotografia boa para a sua primeira produção. Se não fossem as legendas que são realmente difíceis de ler (mas não têm erros ortográficos) a parte técnica estaria impecável. Embora a trilha sonora não acompanhe na perfeição os momentos e climas criados em cada situação não há, todavia, uma música mal colocada ou encaixada (tratando-se de fades in/out ou da duração). Claro que -Slopper poderia ter melhorado nesse aspeto sonoplástico, mas para a sua primeira produção é razoavelmente bem feito.
Mesmo sem muitas explicações ou esclarecimentos sobre o que está acontecendo - como disparar sobre um desconhecido, para uma história de origem o filme incrivelmente funciona. A dupla de roteirista e diretor é promissora e têm uma história muito interessante para se trabalhar em pontos como o terror que é algo muito pouco feito em filmes habbianos e talvez que falte. Basta agora explicar a história melhor, alongar a duração, introduzir bem os personagens. Uma humanização da famosa lenda para tempos menos inocentes.
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| 5 Estrelas - Regular |




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