HABBO | Crítica: 4 Amuletos e um só Destino - Em Busca de Raios - Parte 4

O Cinema Habbiano precisava de mais um filme de fantasia tão bom assim.

4 Amuletos e um só Destino - Em Busca de Raios - Parte 4

Crítica por V. Henrique de Souza

Há mais de um ano atras foi lançado o que até então era o último grande filme de fantasia do Habbo. O Feiticeiro e a Escrivaninha - O Final fechou um ciclo de filmes do gênero que só voltaram a aparecer no cinema habbiano com o lançamento despretensioso da Habbo Connection alguns meses depois. O filme 4 Amuletos e um só Destino impressionou pela história que nos trazia um universo grande e místico. Verdade seja dita, nem 4 Amuletos nem outros filmes deste tipo surpreenderam a ponto de trazer o gênero de volta ao auge iniciado com Os Senhores do Olimpo.

Entretanto os entendidos de cinema depositaram sua confiança no diretor e roteirista de 4 Amuletos, Gabriel.Lindox. Esperava-se muito dele, tanto que ele sucumbiu a pressão e não fez o suficiente para superar o primeiro o filme. As partes 2 e 3 apesar de não serem ruins, eram medianas perto daquilo que a parte 1 nos deixou esperando. O principal erro de Gabriel foi ter dado atenção demais para a história central quando tinha um universo gigantesco para explorar, com diversas criaturas, raças, feitiços, lugares e etc. O diretor preferiu que tudo a volta do protagonista dependesse dele, quando na realidade o oposto fica bem mais interessante.

E eis que depois de 7 longos meses de espera, é lançada a quarta parte da saga. O trailer publicado algumas semanas antes deixou muita gente com os olhos arregalados e a boca aberta, inclusive eu, mas ninguém esperava que fosse ser tão surpreendente. Finalmente Gabriel atendeu minhas súplicas e criou uma ambientação ampla para alcançar novos territórios deste universo magnífico. E fez isso com maestria, de um jeito sútil que não deixasse o seu modo de contar a história de lado, afinal a jornada do protagonista ainda é o foco, porém o diretor conseguiu implementar diferentes elementos desse mundo mágico para enfim conhecermos melhor aquilo que Trent luta para salvar. E desde já essa jornada, não mais solitária e sim dividida entre três amigos, se torna tão épica quanto esperávamos que fosse. 

Após tanto experimentar a si próprio com diferentes formas de direção e edição, enfim parece que Gabriel achou seu verdadeiro caminho no cinema. Usando um número considerável de cortes, o filme está o tempo inteiro em um ritmo mais agitado, infelizmente a trilha sonora não acompanha como deveria, mas em compensação os cenários e efeitos especias são tão incríveis que quase esquecemos da própria história, que agora se apresenta muito mais madura, adulta, com Trent determinado e consciente de sua responsabilidade. O antagonista não foge ao padrão maléfico do gênero, mas também não é introduzido como um clichê, ele há de ter suas peculiaridades que ficaram muito implícitas até então, mas que ainda devem ser melhor trabalhadas pelo diretor.

Gabriel só não alcançou a perfeição pelas inúmeras falhas técnicas que vão desde o mal uso do chroma, utilizando um figurino verde no personagem, até diversos erros de português na legenda. A iluminação é outro detalhe que incomoda em alguns momentos, além da trilha sonora como já foi citado, falha essa que Gabriel vem cometendo desde sua última produção, Paranormal.

Contudo, releva-se com qualquer tropeço que o diretor tenha cometido seja na edição ou onde for, pois sua evolução é notável e de encher de orgulho quem sempre acreditou no seu potencial. Gabriel soube exatamente o que fazer, principalmente defender os conceitos fictícios do nosso cinema bem como a qualidade que já vem adquirindo, afinal ele descobriu consigo mesmo que a defesa é o melhor ataque. E enfim 4 Amuletos torna-se uma saga inesquecível do cinema habbiano.

9 Estrelas - Ótimo