HABBO | A perda da noção num filme sem grande caráter

Já foi mais de dito, de escrito que para um filme resultar tem de ter algumas noções básicas: boa história (roteiro), bons personagens e boa edição. Mesmo que deixemos uma de fora, vamos ao longo do tempo, notar que estes três «tópicos» se contemplam. E, mesmo "A Perda" tendo uma edição razoável falta-lhe as outras duas noções.

É triste o que se houve muito hoje em dia; «Melhor uma boa edição do que uma boa história» é dito por bocas anônimas sem mínima de consciencialização. E talvez, se formos a ver bem, é esse gênero de pensamento que origina as produções menos boas, mas não será a hora de dizer basta? Não será hora de começarmos a pensar que o importante é o conteúdo de uma história e não a sua mera forma de edição? E agora, com uma aparente ideia não muito diferente, gatona123pixelx lança o seu primeiro filme e fica muito à quem do que qualquer um de nós gostaria de esperar.

"A Perda" fala da história de duas irmãs que se encontram no conflito pouco agradável, que muda o rumo da história dramaticamente. Dito assim, pode até ser interessante, mas na realidade a produção tem uma carência a nível de roteiro, que cheio de clichês não apresenta nada mais do que uma vulgar situação, que poderia ser redonda, e atrevo-me a dizer «sem sal». E, para variar com um mau roteiro vêm maus personagens. O pior disso, é que durante o filme você entra no desespero de pedir uma mínima emoção nas atuações (que corridas, nada ajudaram). Diante de tantos erros e tentativas falhadas, algo que poderia se sobressair e ser bom era a trilha sonora, pois visto o filme não ter um gênero de linhagem muito definido não haveria grande problema de escolha. A sonoplastia de "A Perda" não é algo inovador mas diverte, estando lá o que você espera quando você quer. 

Depois de um ditado de erros, falhanços, tentativas mal feitas, volto atrás para justificar a minha afirmação de que as pessoas se importam cada vez mais com a edição e não com a história. Afinal, por entre todos esses problemas a única coisa a que não nos podemos queixar é da edição. Uma fotografia razoável, bons cenários, bom figurino mas uma má legenda. Uma legenda que, modéstia à parte, dá nervos com os erros de português lá presentes. 

Está na hora de parar umas horas, pensar calmamente em ligações no argumento e definir bem o caráter dos personagens, ou então, "A Perda" continuará apenas como uma tentativa muito mal feita de um filme de «sessão da tarde».

3 Estrelas - Ruim